Pétalas de Paixão, Pétalas do Meu Coração

quinta-feira, maio 24, 2007

novas palavras

Pidesco, adj. qualidade daquilo que é P.I.D.E., persecutório, censório.

terça-feira, maio 22, 2007

limpezas

Em preparação para as obras vêm as arrumações e a limpeza espiritual, emocional e física que isso implica.

Hoje vai para o lixo uma raquete de ping-pong. Foi comprada na entrada para o 5º ano ( há já 17 anos quase), porque era isso que se fazia. O desporto do recreio. A mim nunca me serviu de nada, sou uma absoluta azelha no que diz respeito ao ping-pong.

Para mim, existe uma desproporção básica da bola para a raquete. Não consigo acertar na bola e nunca entendi as regras.

A raquete foi usada umas 5 vezes embora tivesse ido mais vezes na pasta. Tem estado guardada a apodrecer numa gaveta. Passando de gaveta em gaveta, até chegar a arca onde ficam todas as coisas que já n tem uso.

Nem sequer tenho memórias particularmente ricas ligadas a este objecto mas só agora é que vai para o lixo.

Aqui fica.

sábado, maio 19, 2007

Carta a um Amor perdido

E se de repente uma pessoa que não vês há 8 anos te dissesse que está apaixonada por ti? Que nunca te esqueceu?
Talvez seja melhor começar pelo principio.

Não tenho qualquer recordação da primeira vez que te vi. No meu diário a primeira entrada sobre ti é para dizer que eras namorado da Mariana, isto por volta do 5º, 6º ano. A primeira memória visual que tenho de ti é de te ter visto no bar da Dona Emília no recreio dos pequeninos. Tinhas vestida a T-shirt preta dos Guns n’ Roses e ficaste marcado em mim.
Depois namoraste com a Marta, e ela não dizia nada de bom. Eras obcessivo, dependente, inseguro, exigente e mais uma quantidade de coisas. Passado pouco tempo, umas férias da Páscoa se não me engano, acabou. Não deixaste boa impressão nas amigas da Marta, myself included.

E depois houve aquela tarde em que de guitarra na mão tu e os teus vieram pedir-me a mim e aos meus o que não estavamos dispostos a dar. Gritámos, ameaçaste-me e a partir daí odiei-te. Odiei-te com paixão, como te atrevias a dizer-me aquelas coisas horríveis sem sequer me conheceres, tocaste nos meus medos, na minha insegurança social e eu odiei-te por me envergonhares, por me humilhares...
Quando soube que iamos ter uma convivência forçada, pensei que ia ser um inferno. Ter que passar três anos com uma pessoa tão orgulhosa, tão irritante, tão presunçosa, tão cheia de si.
E logo no 1º ano confirmaste as minhas piores espectativas, sentado atrás de mim, ouvia-te sussurar e sentia que falavam de mim, tu e o teu colega. E depois houve aquela outra vez em que renovei o meu odio por ti. O meu saco foi parar ao outro lado da sala e eu só pensava em como te odiava e como ia ser díficil aguentar mais dois anos desta tortura social a que me sujeitavas. Ao rídiculo. Como eu te odiei.

Mas depois algures no 2º ano aconteceu qualquer coisa, ou tu mudaste, ou te revelaste outra pessoa, ou eu simplesmente comecei a ver melhor o que se passava. E depois começamos a falar, cada vez mais, e eu caí, caí numa paixão, como se caí numa armadilha.
Perdi-me em almoços partilhados, olhares que trocaste comigo, em conversas inteligentes, desenhos de cavalos e piadas.
Mas o 3º ano chegou ao fim e eu não tive coragem de fazer mais nada senão chorar. E tu viste-me chorar e vieste-me confortar, mas ou não percebeste que era por te por te perder que chorava ou simplesmente não te interessava. Sofri, mas esperei que o destino nos unisse.
O destino fez com que nos encontrássemos algumas vezes, mas tu nem me viste e eu não tive coragem de chamar por ti, embora fosse o que eu mais queria.

Oito anos se passaram, outros houve a quem sorri, mas o meu coração tem sido sempre teu, não sei se alguma vez deixara de te pertencer.
Embora não tenha coragem de te chamar e de há oito anos não te ver, procuro nos rostos da rua pelo teu, procuro nas vozes a tua, procuro nos sonhos o futuro.
Mas é isso, um sonho. Sei que não estás sozinho e não estiveste sozinho estes anos que se passaram.
Muitas vezes sem saberes, sem quereres me partiste o coração e imediatamente te mato no meu coração com mil torturas, mas acabo por morrer eu também de desgosto, de tristeza, por isso tens vivido sempre no meu coração. É loucura.

Tenho segredos e memórias que quero partilhar contigo. São alegrias e tristezas. São vidas que vivi.